Em um hospital, a infecção por microrganismos representa um risco enorme. Considerada a quarta maior causa de óbitos em todo o mundo, a infecção hospitalar é um assunto que preocupa os hospitais das redes pública e privada em virtude da alta taxa de contágio: chegando a 15% dos pacientes internados em hospitais brasileiros.

E a prevenção para esse problema consiste na correta higienização de instrumentos e utensílios médicos. Justamente por isso, existe um setor voltado especificamente para essa necessidade: a Central de Material e Esterilização

Conhecida pelos profissionais da saúde como o “coração do hospital”, a Central de Material e Esterilização é considerada o setor mais importante da instituição hospitalar, pois dá suporte para que todos os outros setores continuem com seus trabalhos e com a assistência dos pacientes.

O que é?

A função primordial da Central de Material e Esterilização é controlar as contaminações e infecções hospitalares, sendo um setor totalmente dedicado à limpeza, acondicionamento, esterilização e distribuição de todos os artigos médicos hospitalares.

Pode ser conhecida pela sigla “CME”, ou ainda ser chamada de Central de Materiais Estéreis ou até de Centro de Material Esterilizado. Em todos os casos, o objetivo do setor é o mesmo: o controle de contaminantes.

Os principais responsáveis pelo setor são os enfermeiros, profissionais especializados com curso superior, habilitação legal e treinamento voltado para o processamento de produtos para a saúde e com dedicação integral à essa unidade. Respondem pela administração e integração da central, pelo seu planejamento, execução e avaliação dos métodos de esterilização.

E todas as diretrizes de funcionamento de uma CME é regida pelas normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A primeira Central de Material e Esterilização do país foi implantada na década de 1940, no Hospital das Clínicas de São Paulo.

Como funciona?

A CME realiza quatro etapas (prévias e pós esterilização), que são realizadas na seguinte sequência:

1 – Expurgo:

Nessa etapa, todo o material usado/contaminado é recebido pelo setor e recebe uma limpeza prévia, antes da esterilização.

2 – Preparo de materiais:

Nesse momento ocorre a preparação para a esterilização. Os utensílios são inspecionados, identificados, separados, embalados e preparados para ir para a autoclave.

3 – Esterilização:

Aqui ocorre a esterilização em si. O material previamente limpo e acondicionado é esterilizado na autoclave por meios físicos (calor úmido e pressão) ou submetido à processos químicos (através de soluções).

4 – Distribuição de materiais esterilizados

No quarto e último processo, os materiais esterilizados são armazenados e devolvidos aos setores de origem, com os cuidados necessários.

Desafios

Como vimos, os perigos das infecções e contaminações hospitalares são preocupantes. Assim, a CME precisa de atenção redobrada.

A atualização da equipe precisa ser constante, já que resistência dos microrganismos aos agentes químicos e físicos cresce a cada dia. Dessa forma, o setor precisa se manter atualizado sobre novas formas de limpeza e esterilização, além de atuar também em questões de segurança e logística do hospital.

E para oferecer uma esterilização eficiente, os maquinários precisam estar sempre com a manutenção em dia, calibrados e com processos verificados. Isso ajuda a garantir ainda a segurança dos funcionários, que atuam direta e diariamente com materiais de alto risco.

 

 

Texto: Nádia Salmeron